Sopram os ventos da mudança... Não por acaso só sopram os ventos do anticiclone dos Açores, tal como é habitual por estes lados peninsulares.
Então veja-se bem que levantando-me às Seis e Trinta da madrugada, planeando a minha saída para volta das Sete, espero no mínimo uma viagem para a capital tranquila, a ouvir a minha música (salvo seja, não me pertence como é óbvio), e a pensar o que vou fazer durante o dia. O mais normal seria acordar com a brisa fria matinal passados já uns Vinte minutos depois das Sete, já na rua. Não me concederam essa graça, mal pus o meu pé (deve ter sido o esquerdo com certeza), fora de casa levei com uma rabanada de vento assustadora e um barulho ensurdecedor, pior que o meu despertador (que raiva..), e bem mais alto que a música emprestada pelos artistas britânicos, Pink Floyd. Aquele vento é pronuncio de uma só coisa, e essa coisa não é de todo boa.
Sete e Seis da manhã, rua de habitações bem remuneradas vazia, pois aquela hora são poucos os que acordam, normalmente é uma travessia pacífica, mas hoje tenho que me desviar dos caixotes do lixo que vão rebolando pela estrada fora, da esquerda da via para a direita, da direita para a esquerda, e da lá do fundo na minha direcção. Fez-me lembrar aquele desporto de atletismo, a corrida de obstáculos. Pelo menos existe uma única e pequena vantagem num dia tão péssimo, só uma pequenina coisa que suaviza a minha serenidade, aquela falta de um barulho muito familiar que inunda a primavera, um zumbido que não passa despercebido de todo pois simboliza uma vida diferente, uma que se estende da extremidade da asa esquerda, à extremidade da asa direita, dos seus olhos esbugalhados ao ferrão (quase) venenoso, uma pequena mente a que denominamos de abelha. Odeio-as desde aquela ocasião em que por zonas fronteiriças com o reino espanhol, lá por onde habita um templo romano, eu e o meu irmão fomos atacados por um enxame delas, não houve qualquer dano físico como uma ferroada, contudo existiu um dano psicológico provocado por uma parvalhona de uma abelha que me entrou na orelha e zumbiu que nem uma louca durante aqueles 3 segundos traumatizantes. Bem posto esta vantagem em evidência vou saltar para o último capitulo desta história enfastiante.
Chegava eu há última paragem do metro, já em Lisboa, depois de uma viagem mais ou menos calma, pois dentro dos transportes é quase igual se chove ou não, especialmente no metro como é óbvio. Claro que existem aqueles dias por volta de Outubro onde chove tanto que as estações do metro, por falta de evacuação decente, ficam alagadas e então têm que ser encerradas. Bem posto isto o que encontrei após a minha viagem de metro não foi só o vento, foi o vento mas também a chuva, como se não bastasse a minha lacrimação natural devido às fortes rajadas direitinhas aos meus olhos sensíveis, agora também tinha aquela provocada pelas chuvas intensas. Saí para a direita, zona sem cobertura, uns bons Cinquenta metros, talvez mais, mirei os prédios com arcadas e pensei que encontraria aí a protecção necessária à tranquilidade do corpo, não, enganei-me, sendo que a disposição da rua a partir dos prédios era diferente, as colunas de ar também se deslocavam em direcções diferentes (e aproveitando o plural na palavra "direcções"), apanhava com o vento carregado daquele líquido celestial tanto pelo lado descoberto da arcada como pela frente. O quilómetro que me faltava para chegar ao meu destino não foi mais fácil que o quilómetro que necessitei de percorrer até à primeira estação. Resultado, uma molha descomunal e um dia muito mal começado.
E referi isto tudo porquê ? Porque me apeteceu que alguém, alem de mim, gastasse o seu tempo a ler esta extensão de texto.
Of Swords
Há 1 ano
3 comentários:
han? palavras a mais quando podias ter escrito o raio duma frase? tens q largar o saramago, faz t mal ao complexo d perguiça pah
ou então é influência tua =P
Sei que isto que vou dizer não tem nada haver com o texto lol... mas o Inixio fez me lembrar a musica "Sopram ventos adeversos" de camané =P lolol "sopram veeeentos adversos... juuuunto a praaaiiiaaa..." lol
abraços
Mário
Enviar um comentário