Sempre senti uma profunda satisfação quando via os desenhos animados, era um pouco mais novo, e o "mau da fita" passava a "bom". Agora dei alguma reflexão sobre o assunto, pois é uma situação que pode acontecer no dia-a-dia com uma pessoa.
No caso de um desenho animado desprezamos a personagem má pelos seus métodos e estilo de vida, da maneira como mata inocentes ou rouba a carteira de uma avozinha. Contudo se esse mau do elenco, num turbilhão de acontecimentos, passar a bom e começar a ajudar as personagens que tanto gostamos então de repente achamos-lo fascinante, e sentimos o quão aliviado é o facto do nosso herói ter a ajuda de alguém como esse ex-vilão.
E porque será este fascínio repentino? Num desenho animado a questão de ódio para com a personagem vil é muito simples, ela é má e nós sabemos que sim, quando somos pequenos não nos apercebemos de algo muito simples. Para aquela personagem ser o grande ser maléfico que aterroriza tudo e todos, tem de ser tão magnifico quanto o nosso herói, se não, não seria tão difícil para o nosso herói dar uma sova no bandido. O bandido tem tantas qualidades físicas e mentais quanto o herói da história, e assim também acontece na realidade, podemos chegar a odiar uma pessoa por algo trivial, ser-se inimigo dessa pessoa e ao mesmo tempo admirar profundamente (e inconscientemente), essa pessoa, pois o ódio tem o mau hábito de nos obrigar a superar o inimigo e para superarmos o inimigo temos de nos aperceber das suas qualidades. Quando essa pessoa por acaso nos defende, ou nós a defendemos, apercebemos-nos que existe uma onda de conforto porque é claro como a água o reconhecimento das virtudes do novo sidekick.
Parece-me a mim que este é o "grande" mistério por detrás de uma relação de amor-ódio
Of Swords
Há 1 ano
1 comentário:
O grande mistério é que não há mistério nenhum, é um barquinho casca de noz a navegar num gradiente de azul.
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