quarta-feira, 10 de março de 2010

(...)

Estava escuro como o breu

Quando saí para o quintal,

Nem uma estrela no céu.

Mas algo cintilou

E de rompante

Tirei o meu chapéu,

Como um noivo afasta o véu,

E corri,

Corri.

Subi a vedação

E ali desejei.

Desejei aquele carrossel,

Como abelhas pelo mel.

Luxuria de pobre,

A feira que leva o cobre,

Em vez do ouro maciço

Que carrega o burro

Ao seu mestre.

Vida de lamurias d'um pedestre,

Limpando as calúnias na tasca

Do Zé Desenrasca.

Ali a uva fermentada

Sabe a banho quente,

Que calor de repente!

O âmago vira crente!!

Que o dia foi efervescente!!!

...Engano traunsente....

Afinal o dia foi igual

Euforia lateral.

Na margem do rio

Cheguei ao fim do caudal,

Na cama me deitei,

Fim do recital.