quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Capítulo Final


Mãos húmida e arrepios na espinha, dez mg de um medicamento calmante que teima em nada fazer.

Tonturas e vertigens, espera, estás em solo e não numa falésia sobre a costa alentejana.
Espera pelo momento certo para chorares, que agora não o é. O teu rosto suave está rígido e mostra ansiedade, não, o mundo não te vai aceitar assim, mostra o teu sorriso de sempre, aquele
que multidões vai conquistar. Não, esquece essa pastilha que mascas com demasiada força, arranja em ti a força para superar este momento, afasta o cabelo louro e liso que usas nestas ocasiões da cara. Esquece as câmaras e pensa na causa que defendeste e que até aqui te trouxe. Esquece os tremores das pernas, o frio na barriga, essas borboletas incessantes, lembra-te da calma do mar na sua eterna viagem terrestre, ou talvez necessites de uma lembrança mais brusca e violenta desse mesmo mar para apaziguar o teu espírito inseguro. Esquece que estás vestida à gala, que o teu vestido é vermelho e que os teus sapatos são caros demais para o que vais dizer.

Descruza
as pernas e enfrenta essa multidão, queres que te empurre ou quê ? Não estou ai, nem perto se quer, apenas te observo de longe, muito longe. Avança lá, estás a espera do quê. Pronto já estás em frente ao mundo, agora resta saber uma coisa, será o teu único defeito, aquela perturbação emocional, aquela falta de coragem que te impedirá de conquistar o mundo? Ou elevar-te-ás, ultrapassando os teus limites, e levarás o mundo a rescrever a história? A minha acaba aqui com o teu discurso, que dirás, como o dirás.

Vou esperar, entretanto vou calmamente abrir a chaveta de conversação, com dois pontos, um parágrafo e um conjunto de aspas. Fico à espera, até este ponto sei que a minha história vai bater certo, sabendo que és capaz de te tornares numa das pessoas mais influentes do século XXI, sabendo que independentemente das cores que vistas serás influente e preponderante, sei isto pela admiração que em tempos nutri por ti, o desejo e o amor que me fizeram observar cada gesto sublime e/ou catastrófico, sei aquilo que serás capaz se largares o teu único defeito, aquele que nos desuniu, a tua falta de coragem, e espero que te encontre um dia como aliada e não inimiga, pois custar-me-á destruir-te a partir da tua fraqueza.

... e então disse:
"...

A Observar a População VII

Crise, palavra-chave para a tentação de usurpar a verdade da frente dos olhos, cai uma bandeira, haste-a-se outra, para quê ? Terão se esquecido que as bandeiras representam apenas defeitos e nunca virtudes? Para quê azul e branco, vermelho/amarelo/verde, ou qualquer outra cor? Porque não perguntar a um economicista o que fazer em vez de perderem tempo a serem presos por cores que apenas representam ódio e discriminação, orgulho exacerbado e tentações desmedidas? É muito bonito dizer que se quer revitalizar o país, a agricultura, as pescas e banir vícios. Mas para quê ? Mais uma família a aproveitar-se dum povo já pobre. Não é necessário uma bandeira azul e branca, é sim necessário investimento na educação, intelectualidade e em todas as áreas que formem pessoas, é sim preciso escutar o próximo seja ele de que cor ou nacionalidade for, vivemos na globalização meus amigos. Esqueceram as revolução que nos levaram a ter escolhas, agora que estamos tão perto ao fim de 36 anos de ter uma terceira opção levantam uma bandeira de escolha única e exemplificam países estrangeiros.

Para quê ? A população tem a mesma mentalidade quer seja com um presidente ou com um Rei, isso não vai mudar, o país não vai mudar com orgulho fétido. Os países estrangeiros que servem de exemplo são uma boa piada, não sabem que foi o PSD na Suécia e não o Rei? Não sabem que a rainha de Inglaterra nada faz, são apenas figuras imunes a qualquer crime que possam perpetuar. Não precisamos de ícones inúteis, precisamos sim é de ideias sólidas e válidas, opções e uma população ciente.

O que observo são apenas meninos/as já de elite a hastearem bandeiras.

Ah e já agora, quem se lembrou do Darth Vader deveria ter umas aulas de estética.