domingo, 14 de dezembro de 2008

Playback



Ainda não cantava Carlos Paião o Playback e já a sociedade se organizava em massas para sobreviver aos tempos mais modestos.
O que vemos hoje em dia nao passa de um reflexo da evolução natural da sociedade de massas e portanto o mais normal é vermos apenas várias sombras a passearem na rua em vez de vermos o Zé, a Maria, o Antonio, etc.

Onde quero chegar? Quero apenas constatar aquilo que todos sabem, todos os dias conhecemos pessoas que já conhecemos antes, em que apenas os nomes diferem, sabemos que esta Maria que está a nossa frente já existia na Ana de à duas semanas, ou na Rita de à 3 meses. São iguais, falam da mesma maneira, vestem a mesma roupa, tem as mesmas ideias, as mesmas amizades, as mesmas paixões, etc.. Basicamente sentem-se infelizes se não seguirem aquele padrão, estendem as suas amizades para preservarem o seu mundo, criam os hi5 e myspace para conhecerem novas pessoas, que na realidade são apenas mais um playback delas mesmo.

Não digo que sou diferente. Mas tento ser apenas e só eu, sem nenhum guia, vou descobrindo e encontrando as peças que me faltam, é um conceito simples, não digo o mais correcto para se ser alguém (este alguém significa apenas sucesso, um emprego estavél, mulher/homem e filhos), mas, na minha opinião, a forma mais verdadeira de sermos nós próprios.

Podes não saber cantar,
Nem sequer assobiar
Com certeza que não vais desafinar
Em playback(...)